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"Para a Europa é importante que Obama ganhe"

Tony Cabral

 

“Tony Cabral tem 57 anos, nasceu no Pico (a) e é o português mais importante na política americana: é deputado estadual pelos democratas no Massachusetts, há 22 anos e diz que o sonho não acaba aqui. De passagem por Lisboa, Tony Cabral falou da sua carreira, da política, da América e das eleições de terça-feira.” In Noticias MAGAZINE (JN) 2012.11.04

Embora esperada a vitória de Barack Obama – candidato democrata à presidência (reeleição)dos Estados Unidos da América, esta entrevista do nosso amigo e conterrâneo Tony Cabral é demonstrativa da sua argúcia e perspicácia no entendimento da política norte-americana. É um dos políticos açoriano-portugueses mais influentes na costa leste, dentro do partido democrata. A sua afirmação que escolhi para título deste Ponderando, embora praticamente aceite por todos nós, certo é que por aqueles dias – três dias antes das eleições presidenciais norte-americanas – muito pouco se ouvia ser partilhada, em determinada área do centro-direita da política nacional e europeia. Agora depois dos resultados conhecidos e da irrefutável vitória do candidato democrata Barack Obama, muitos se apressam a vir opinar nesse sentido e ainda bem, mas quantas vezes se prefere, ao invés de afirmar corajosamente as nossas opiniões, esperar comodamente pela certeza das vitórias…

Falando de Tony Cabral, será porventura dos exemplos mais conseguidos de sucesso na vida política americana, de um jovem saído aos 14 anos da ilha do Pico. Nesta entrevista revisita a sua infância e adolescência na vila da Madalena e quando lhe é perguntado se a “sua vontade de ser professor aprofundou-se com as dificuldades que sentiu na América” responde: “Não. Uma das pessoas mais respeitadas na vila era o professor, o outro era o padre… Era uma coisa de miúdo, poder aprender e transmitir a educação. Sempre gostei de ler, recordo-me da minha primeira experiência numa biblioteca, uma camioneta da Fundação Calouste Gulbenkian, que chegava à praça na Madalena.” E noutra altura sobre o sonho americano afirma: “ Há outros elementos na Câmara dos representantes de origem portuguesa, pessoas de segunda e terceira geração (…) sou o único que nasceu em Portugal. Os meus colegas sempre disseram: Bem é impressionante… não nasceu cá? Como conseguiu chegar tão longe?” Nunca olhei para isso dessa forma, mas sim como algo que queria fazer e pelo qual trabalhei muito. Há muito respeito por isso. (…) O Massachusetts tem uma população de 6,5 milhões de pessoas e só 160 tem a oportunidade de servir a comunidade naquela câmara. É uma honra e um privilégio estar numa posição destas, ter a oportunidade de influenciar a vida das pessoas. Quem são as pessoas que tem por modelo, que o inspiraram? “Antes de todos, o meu pai. Fico emocionado ao falar dele.” (fim de citação)

Só alguém com enorme nobreza de caráter fala de seu pai com este enfâse, como aqui demonstra o nosso amigo Tony Cabral.

Pois é, poucos assumiram o tal “sonho americano” pela via da ajuda à comunidade e quero aqui trazer para finalizar um excerto do discurso de vitória de Barack Obama que de alguma forma entronca com este desígnio:

“(…)E para todos os que têm os olhos postos em nós esta noite,  para além das nossas costas, dos parlamentos aos palácios, para aqueles que  se juntaram à volta de rádios nos cantos mais esquecidos do mundo, as nossas histórias são diferentes mas o nosso destino é partilhado, e uma  nova aurora se levanta na liderança americana. Para aqueles que querem destruir o mundo: nós vamos destruir-vos. Para os que querem paz e segurança: nós apoiamos-vos. E para aqueles que se interrogam sobre se a luz de liderança da América continua viva: esta noite provamos, mais uma vez, que a força da nossa nação não vem do nosso poder militar ou da escala da nossa riqueza, mas do enorme poder dos nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e esperança.(b) Essa é a verdadeira genialidade da América: a sua capacidade de mudança. A nossa união pode ser perfeita. O que conseguimos dá-nos ainda mais esperança em relação ao que podemos conseguir amanhã. Esta eleição tinha muitas estreias e muitas histórias que serão contadas ao longo de gerações. Mas uma que está na nossa mente hoje é sobre uma mulher que votou em Atlanta. Ele assemelha-se a muitos milhões que estiveram na fila para fazer ouvir a sua voz nesta eleição por uma razão: Ann Nixon Cooper tem 106 anos. Ela nasceu na geração da escravatura; num tempo em que não havia carros na estrada, aviões no céu; quando alguém como ela não podia votar por duas razões: porque era mulher e por causa da cor da sua ele. E, esta noite, penso em tudo o que viu no centenário de vida na América – o desespero e a esperança; a luta e progresso; as vezes que nos disseram que não eram capazes e aqueles que mantiveram a sua capacidade de dizer: Sim, somos capazes. E este ano, nesta eleição, ele tocou com o dedo no ecrã e fez o seu voto, porque depois de 106 anos na América, depois dos melhores tempos e dos mais obscuros, ela sabe que a América pode mudar.  Sim, somos capazes.”

(a) Tony Cabral, cunhado do antigo “guarda-fios” Manuel Jorge Goulart, vinha frequentemente aos fins-de-semana às Lajes do Pico, onde o cunhado prestou serviço durante vários anos. O Manuel Jorge era uma simpatia e um excelente músico. O meu abraço a ambos.

(b) Sublinhado nosso

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